Oie! Tudo bem?
Você está ou conhece alguém que está sentindo medo e angústia com o encaminhamento do fim da quarentena?
Consequências da Quarentena Prolongada
Com o fim da quarentena se aproximando em alguns países europeus, algumas pessoas estão sentindo medo de sair às ruas e uma angústia por ter que retomar às atividades fora de casa. Elas têm a sensação de que em casa possuem tudo o que precisam e não se importariam se a quarentena durasse mais algumas semanas. 😮
Então, por que vou querer sair de casa, que tem tudo o que preciso, todas as oportunidades e bens essenciais, e correr o risco de ser infectado(a) indo lá fora?! Para alguns pode parece lógico…
Para outros, pode parecer surreal e surpreendente, pois estão ansiando voltar à rotina de antes e ao fim da quarentena. Porém, existem evidências de que muitas pessoas estão se sentindo angustiadas quando precisam passar pela porta de suas casas para irem ao mundo lá fora.
Mas, vamos deixar claro que essas são sensações normais e NÃO configuram em nada um transtorno psicológico. Isso porque estamos há tantas semanas confinados em casa, que acaba habituando nosso cérebro de que somente em casa estamos seguros. Além do que, o COVID-19 continua aí e o risco de contágio segue, o que pode acabar mantendo a angústia e a insegurança ao sair de casa.
Mas, afinal, o que é a Síndrome da Cabana?
Ela foi descrita clinicamente na Psicologia em 1900 e o motivo para a origem do nome Síndrome da cabana ou cabin fever, faz todo o sentido.
No norte dos Estados Unidos, muitos caçadores e garimpeiros passavam muitos meses em suas cabanas, esperando o inverno passar para poderem voltar ao trabalho. E esse isolamento prolongado causava uma recusa em retornar à civilização; um aumento de estresse e ansiedade; certa desconfiança ao entrar em contato com outras pessoas e com o ambiente externo; entre outros sintomas. E esses mesmos sintomas já haviam sido identificados nos faroleiros, quando os faróis ainda não eram automatizados.
Sintomas
- O sintoma mais comum dessa síndrome seria a letargia, ou seja, a pessoa sente um cansaço muito grande, tirando longos cochilos, tendo dificuldade em acordar pela manhã, podendo apresentar dormência nos braços e pernas;
- A pessoa também pode desejar determinados alimentos na tentativa de aliviar a ansiedade;
- A falta de motivação é comum;
- Há também alguns sintomas cognitivos, como falhas na memória e problemas de concentração;
- O quadro emocional é bem específico, como frustração, tristeza, angústia e medo;
- E a característica mais evidente é o medo de sair de casa. E esse medo, pode ser representado quando a pessoa simplesmente diz que não QUER sair de casa, que está bem e tem tudo que precisa.
O que fazer nesse caso?
O fato é que essa síndrome está cada vez mais comum, tanto que a Universidade de Pequim desenvolveu até uma escala para avaliar a incidência dessa síndrome nas pessoas (inglês).
Essa síndrome pode ser ainda mais desagradável, quando apenas se ouve a maioria das pessoas dizendo que querem voltar logo ao normal e sair da quarentena. O melhor a se fazer, se você conhece alguém que está com esses sintomas, é demonstrar empatia e respeitar esse momento e não dizer que ela está “louca” por pensar assim.
Três recomendações podem ser muito úteis nesses casos:
Estabelecer rotinas e objetivos
Nosso cérebro precisa de rotina para conseguir gerenciar o tempo e se sentir seguro, evitando dar espaço para os pensamentos excessivos e disfuncionais. Sendo assim, é importante reduzir o tempo de descanso, evitando tirar muitos cochilos e principalmente passar um longo período na cama.
Já falei sobre a importância de criar uma rotina (real e funcional para você), estabelecendo horários para o trabalho e para os afazeres domésticos; tirando o pijama e arrumando a cama; comendo de maneira saudável e fazendo exercícios; etc. E em especial, no caso dessa síndrome, estabelecer momentos para sair de casa, nem que seja apenas para ficar na frente de casa, ou dar uma volta no quarteirão. Mas, o importante nesse caso, é o sair de dentro da casa, aumentando as distâncias gradativamente.
Não se julgue pelo o que está passando
Novamente, a síndrome da cabana NÃO é um transtorno psicológico, mas uma reação emocional normal, perante um confinamento social forçado. Por isso, é muito importante não ficar alimentando os pensamentos que ocasionam os medos e ansiedades, pois podem dar a sensação de que está perdendo o controle, o que só piora.
E dê tempo ao tempo. Não precisa sair logo no primeiro dia, mas vá fazendo esse movimento gradativamente. Num dia, somente abrir a porta; no outro abrir a porta e ficar ali na frente; depois dar alguns passos e voltar; e assim, gradativamente.
Se sentir que precisa, busque ajuda
Se mesmo com as tentativas acima, a ansiedade, medo e angústia de pensar em sair de casa ainda estejam te prejudicando, não hesite em procurar ajuda. É uma situação nova para todo mundo, contribuindo para novos desafios psicológicos surgirem também.
Então, não tenha vergonha de procurar ajuda psicológica. Todos precisamos de saúde mental e reconhecer isso, não é sinal de fraqueza, mas muito pelo contrário, mostra seu compromisso com você mesmo e com seu bem-estar.
E aproveite a possibilidade de ter psicoterapia online com todos os benefícios que a psicoterapia presencial pode oferecer. Todos os meus clientes não tem do que reclamar desse modelo de atendimento, que os tem ajudado muito!
Se quiser saber mais a respeito, entre em contato comigo. Vai ser um prazer poder te ajudar nesse momento!
Abraços! 😉