Oie! Tudo bem?
Lembra que no último post eu disse que iria explicar o por que das pessoas passarem pelas mesmas situações, mas reagirem de maneiras diferentes?
Pois bem. A explicação para isso está ligado a mais um conceito dentro da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC): as crenças centrais.
Entendendo as Crenças Centrais
Crenças centrais são nada mais do que nosso entendimento básico sobre nós mesmos, sobre o mundo, as outras pessoas e sobre o futuro. Elas são formadas durante nosso desenvolvimento, enquanto ainda somos crianças. As crenças são baseadas na maneira como nossos pais e familiares vivem e nos criam/educam, além da educação que temos na escola também e como é nosso convívio com amigos e desconhecidos. Ou seja, todos nós temos!
Durante nosso processo de desenvolvimento, as experiências que vivemos e/ou deixamos de viver, bem como os traumas que podemos ter durante esse processo também contribuem para a formação das nossas crenças centrais.
E lembra dos pensamentos automáticos que expliquei num post anterior? Pois bem, são as nossas crenças que geram esses pensamentos rápidos e involuntários. Essa é a razão das pessoas reagirem de maneiras diferentes quando passam pelas mesmas situações.
Onde está o problema com as crenças?
Quando apresentamos alguma dificuldade psicológica significativa, é porque nossas crenças tendem a ser negativas, disfuncionais, generalizantes e rígidas. Dessa maneira, elas causam um sofrimento significativo, pois é quando desenvolvemos regras e suposições para vivermos, justificando nossas crenças.
A consequência disso? Acabamos por desenvolver as chamadas estratégias compensatórias, que nada mais são do que comportamentos para diminuir as chances do “encontro” com essas crenças.
Tipo de crenças
Existem muitas crenças, que são divididas em três categorias:
Desamor
Aqui, a pessoa acredita que não consegue receber amor e intimidade que deseja dos outros, mas por culpa dela. Alguns exemplos seriam: “Eu não sou atraente”; “Ninguém se preocupa comigo”; ou “Meu destino é ficar sozinho”; entre outras.
Desvalor
Quando a pessoa acredita que ela é moralmente ruim; que algo dentro de si é horrível. “Eu sou ruim”; “Eu sou imoral”; “Eu não tenho valor”; entre outras.
Desamparo
E nessa, a pessoa acredita ser incapaz de se proteger emocional e/ou fisicamente, incapaz de conseguir fazer as coisas e também se sente incapaz quando se compara com outras pessoas. “Eu sou incompetente”; “Eu sou um fracasso”; “Eu sou uma vítima”; entre outras.
Vou dar um exemplo rápido, para entendermos como funciona tudo isso, nessa ordem abaixo:
Crença central de desamparo: “Eu sou incompetente”
Regras/suposições intermediárias: “Se eu tentar fazer, não vou conseguir e vou me frustrar. Então, é melhor que outra pessoa faça”.
Estratégias compensatórias (comportamentos): Evitar diversas atividades que tem interesse.
Como a TCC atua?
Trabalhando com base no modelo cognitivo, a TCC irá atuar começando pelos pensamentos automáticos disfuncionais (que são a manifestação das crenças), pois eles são muito mais flexíveis que as crenças centrais. Esse trabalho é chamado de Reestruturação Cognitiva, feito com técnicas comportamentais e cognitivas, para poder questionar, colocar os pensamentos e crenças “em xeque”.
A partir disso, pensamentos alternativos começam a ser cogitados pelo paciente e psicólogo juntos, para depois, serem colocados em prática, a fim de os validar e também seus efeitos, que geralmente, são mais funcionais.
O texto ficou meio longo, mas tentei explicar da maneira mais resumida e, ao mesmo tempo completa. 🙂
Aproveite!
Abraço!