Olá! Tudo bem?
Esse é o quarto post sobre Inteligência Emocional (IE) e acredito que está ficando cada vez mais claro sua importância, tanto na vida pessoal quanto profissional.
Pesquisa IE no mundo corporativo
O Capgemini Research Institute fez um estudo recentemente para investigar o aumento da importância e relevância da IE na era da automação e Inteligência Artificial.
Eles entrevistaram 750 executivos e 1500 empregados, além de conduzirem entrevistas aprofundadas com mais de 15 especialistas da indústria, acadêmicos e executivos de start-ups.
A pesquisa mostrou que a IE será uma habilidade indispensável no futuro, com uma demanda 6 vezes maior por profissionais que tenham IE, nos próximos 5 anos.
Outro resultado apontado na pesquisa é que uma força de trabalho emocionalmente inteligente beneficia tanto as organizações, quanto seus funcionários.
É necessário que os empregadores comecem a construir hoje uma força de trabalho emocionalmente inteligente. Para fazer isso, eles devem personalizar os programas de aprendizado existentes para integrar a IE e torná-los acessíveis a todos, modificar os processos de recrutamento para incluir a avaliação da IE, aplicar uma lente de IE ao promover e recompensar talentos e usar a tecnologia para construir uma cultura de IE alta.
O relatório e o infográfico da pesquisa estão neste link: https://www.capgemini.com/research/emotional-intelligence/
Vale a pena ler!
Profissionalmente falando
Outros estudiosos do tema constataram que cada vez mais profissionais com alto QI (quociente de inteligência) são superados pelos que possuem um alto QE (quociente emocional).
Por que será?
Talvez porque o ambiente de trabalho é um local com alta carga emocional de muitas pessoas diferentes, se relacionando o dia inteiro praticamente. Além de geralmente ser um ambiente de estresse e tensão.
É mais fácil perceber isso quem trabalhou ou trabalha em uma grande organização. Na época da faculdade, fiz estágio de RH numa empresa que tinha quase mil funcionários. Lembro das constantes discussões e tensões entre eles, nas mais diferentes áreas.
Analisando agora, penso que a IE poderia evitar muitos daqueles conflitos. Nos processos seletivos poderíamos ter utilizado métodos para avaliar o nível de IE dos candidatos; bem como ter incluído IE nos treinamentos de integração de novos funcionários.
Assim, iria se criando uma cultura na empresa mais inteligente emocionalmente, tendo líderes mais preparados e emocionalmente estáveis, bem como todos os funcionários. Mas, claro que naquela época (mais ou menos oito anos atrás) não se falava em IE tanto como se fala hoje, especialmente no âmbito profissional.
Exemplos
Penso num exemplo de situação em que o gestor dá um feedback para os funcionários da equipe. A tendência da pessoa sem IE ao receber críticas, é experimentar sentimentos de raiva, indignação, possivelmente rebater as críticas, respondendo de acordo com as emoções experimentadas. A pessoa tende a levar para o lado pessoal, criando um clima ruim e provavelmente afetando a relação de ambos. Provavelmente seria visto como uma pessoa que não sabe lidar com frustrações.
No caso de alguém com IE, a tendência é ouvir as críticas com atenção e tirar possíveis dúvidas a respeito. Ao experimentar qualquer sentimento ruim, consegue manejar e seguir argumentando de maneira persuasiva e respeitosa. Se permite sentir a frustração, mas, após se acalmar, consegue ponderar a respeito do que foi dito e procurar melhorar nos pontos de acordo, ou procurar ter outra conversa com o gestor.
Como desenvolver IE
A IE num todo está relacionada ao autoconhecimento emocional, habilidades interpessoais e como é o manejo dos sentimentos. E em ambos os aspectos, pessoal e profissional, as pessoas com IE são mais socialmente equilibradas; são mais autoconfiantes; se comunicam de maneira mais assertiva, direta e não violenta; conseguem se adaptar melhor a situações de tensão; entre outros.
E algumas maneiras para desenvolver IE, podem ser:
- Psicoterapia: provavelmente a maneira mais eficaz de desenvolver IE, justamente porque os domínios da IE estão relacionados com o autoconhecimento, algo muito trabalhado na psicoterapia.
- Mudanças de comportamento: após iniciar a jornada do autoconhecimento, é preciso colocar em prática as mudanças de comportamento e inserção de novos hábitos. Não adianta apenas reconhecer e não partir para a ação. Esse post aqui fala mais sobre as etapas da mudança.
- Prática de Mindfulness: essa prática tem o foco na respiração e no presente, no aqui e agora. Esses pontos são ótimos para trabalhar na diminuição do estresse e reconhecimento e gerenciamento das emoções. Mindfulness é uma prática que exige treino e constância. Clique aqui para ler esse post no Instagram, onde eu falo mais um pouco a respeito de mindfulness.
Enfim, desenvolver IE é um processo aprendível! Todos podemos desenvolver e como o próprio Daniel Goleman diz, deve ser ensinado ainda na escola. Justamente porque são habilidades que usamos durante toda a vida, em qualquer situação.
O texto ficou meio longo, mas bem completinho. 🙂
Beijos! <3